O CRO-RN promoveu na manhã do último sábado,  25 de outubro, Dia do Dentista, a 14ª Caminhada do Dentista 2014, com a participação de cirurgiões-dentistas, profissionais auxiliares e convidados da comunidade, numa grande integração.

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Após a caminhada, os participantes foram recepcionados no Bosque da Mangueira, na avenida Nascimento de Castro, em frente a UnP, no bairro de Lagoa Nova, com um café da manhã e depois teve apresentação de música e sorteios de brindes.

O percurso da caminhada de 2,5 km teve início e fim no Bosque das Mangueiras, passando pelas avenidas Jaguarari, Antônio Basílio e Prudente de Morais.

A caminhada é uma organização do CRO-RN, com apoio do Conselho Federal de Odontologia (CFO), do Sindicato dos Odontologistas do Rio Grande do Norte (SOERN), Associação Brasileira de Odontologia (ABO-RN), Academia Norte-rio-grandense de Odontologia e Federação Interestadual de Odontologia (FIO).

Segundo o presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, a caminhada, além de ser um evento de confraternização da categoria, serve também para articular e conscientizar os cirurgiões-dentistas para  suas lutas salariais e de condições de trabalho nos setores privados e público.

“O nossa diretoria do CRO-RN vem fazendo o seu papel em defesa de uma odontologia de qualidade para a nossa população, sem deixar de lutar pelas melhorias salariais dos cirurgiões-dentistas na Estratégia Saúde da Família e das condições de trabalho destes profissionais”, disse o presidente do Conselho.

São parceiras do CRO-RN na caminhada a panificadora Gosto de Pão, a Uniodonto, Saúde Store - Pronto Médica, CLIO – Clinica de Imagem Odontológica,  Oral-B, Cocar – Água de Coco, e Academia Platinun Primer.

Leia abaixo a integra da reportagem do Jornal de Hoje sobre a Caminhada do Dentistas

Dentistas promovem caminhada em Natal pela valorização da profissão

Categoria reivindica melhores condições de trabalho e salários

Pela 14ª vez,  odontólogos, auxiliares e agregados participaram de uma caminhada para lembrar do Dia do Dentista, comemorado neste dia 25 de outubro. Cerca de 300 pessoas percorreram 2.400 metros por avenidas do bairro de Lagoa Nova logo no início da manhã desre sábado. As três entidades organizadoras do evento afinaram o discurso com enfoque na valorização dos profissionais.

Para o presidente do Conselho Regional de Odontologia (CRO/RN), Gláucio de Morais e Silva, o evento não é só de confraternização da categoria, mas também de articular a categoria e mostrar para a população em geral as reivindicações. “Também é um momento democrático para expor nossos anseios e reivindicações”, disse.

De início, o presidente do conselho citou a luta contra as grandes operadoras de planos de saúde que desvalorizam o trabalho do profissional. “Essas grandes operadoras oferecem planos mentirosos para a população, de R$ 9,90, explorando o dentista e tirando o paciente dele dos consultórios”, criticou.

Por outro lado, no serviço público a situação também não é muito diferente. Segundo ele, a precarização dos postos de trabalho é ainda mais evidente nos pequenos municípios. “Recentemente divulgamos uma nota de repúdio a essas prefeituras do interior que abrem concursos com salários de R$ 900,00 para nossa categoria”, acrescentou.

Mas Gláucio também enumera conquistas da população brasileira na área de saúde bucal. “Ao longo de dez anos, diminuímos o índice de cárie no Brasil e ficamos dentro do padrão da Organização Mundial da Saúde [OMS]“, destacou. Ainda segundo ele, esse indicador caiu de 6,1 (para adolescentes entre 15 e 19 anos) para 2 nesse período.

Ele avalia que a melhoria desse indicador tem grande influência dos profissionais.  Tanto é que os dentistas são bem avaliados em uma sondagem de opinião pública segundo o presidente do CRO/RN. “Nós somos avaliados com nota nove pela população numa pesquisa do Datafolha”, informou.

Cultura da mutilação

Há 26 anos na profissão, Ana Estela de Vasconcelos Vila é dentista. Atualmente ela está somente na rede pública, no Saúde da Família do conjunto Soledade, na zona Norte de Natal. Mas ela também já atendeu em consultório particular. Em ambas as experiências, a profissional percebeu que uma prática antiga se mantém: a cultura da mutilação.

“Pensa-se muito ainda que a odontologia é uma prática para mutilar o paciente, mas é uma ciência”, acentuou. Na sua visão, isso decorre das pressões das autoridades públicas que sempre pressionaram os profissionais a extrair dentes em vez de tratá-los quando é possível. Segundo Ana Estela, o procedimento é muito mais barato do que um tratamento digno para o paciente. Por sua vez, a população menos esclarecida também assimilou essa cultura e aceita sem resistência à decisão de retirada de um órgão vital para a digestão.

“É por isso que o Brasil tem tantos cirurgiões dentista e ainda é um país de banguelos”, analisou. A dentista também lembrou ainda há uma diferença salarial abismal entre médicos e outras categorias da saúde, mas algumas medidas estão paulatinamente equalizando essas diferenças. Ana Estela citou como exemplos os investimentos no programa de saúde bucal Brasil Sorridente e a inclusão do dentista na estratégia Saúde da Família.