Na prática odontológica, sintomas de dor são mapeados e demandam melhorias
O ambiente de trabalho, as instalações e os equipamentos associados ao tipo de atividade desenvolvida expõem o profissional de saúde a vários riscos, inclusive os de natureza ergonômica.
Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos, como LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), cansaço físico, dores musculares, problemas da coluna, hipertensão arterial, alteração do sono, doenças nervosas, taquicardia, etc.
Além disso, podem provocar sérios danos à saúde porque produzem alterações no organismo e no estado emocional, comprometendo a produtividade, a saúde e a segurança.
Para evitar que esses riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho e o homem, sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico.
Algumas doenças ocupacionais resultam de uma relação inadequada do trabalhador com os métodos de trabalho.
Se a estrutura óssea ou muscular do ser humano for sobrecarregada ou exigir um grande esforço postural estático, poderá resultar em lesões na coluna, nas articulações e complicações musculares, por exemplo.
As LER/DORT têm se manifestado com maior frequência nas atividades administrativas de escritório, bancos, caixas de comércio, digitadores e, em especial, nos ambientes odontológicos.
A Ergonomia surge como um conjunto de ciência e tecnologia que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e o seu trabalho.
Por sua natureza, a Odontologia é considerada uma profissão de alto risco porque expõe os profissionais e os pacientes a diversos agentes insalubres, sejam eles físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou de acidentes ou, ainda, ergonômicos.
O acometimento de doenças osteomusculares entre os cirurgiões-dentistas aumenta significativamente, tanto em quantidade quanto em gravidade, trazendo questionamentos sobre as suas causas, que são complexas e diversificadas.
O posto de trabalho é a configuração física do sistema homem-máquina-ambiente, envolvendo um homem e o equipamento que ele utiliza para realizar o trabalho, bem como o ambiente que o circunda. Apesar de ser considerado a menor unidade produtiva, o posto de trabalho também deve possuir seus elementos bem integrados, de acordo com os princípios da biomecânica.
O arranjo físico deve simplificar a execução dos procedimentos, minimizando os movimentos deletérios (nocivos ou prejudiciais à saúde) e consequentemente a fadiga muscular.
No caso do cirurgião-dentista, seu posto de trabalho é definido por uma vasta gama de equipamentos, mobiliários e o ambiente. Diante de tal complexidade, a combinação adequada se torna um desafio. Exige, entre outros aspectos, a concentração e precisão de movimentos, regidas pela não existência de um posicionamento postural definido. Isso se deve à busca constante por um bom campo visual de trabalho diante do paciente, somada à necessidade de alcance dos instrumentos a serem utilizados.
Esse contexto estabelece repetitividade de movimentos, além da rotação do tronco, flexão da cabeça forçando a musculatura cervical, escapular e torácico-lombar, manutenção dos membros superiores suspensos, entre outros constrangimentos corporais.
Autor: Carlos Helton de Araújo Aguiar (Engenheiro de Segurança do Trabalho)
Confira o artigo completo publicado na edição de junho/15 da Revista Proteção clicando aqui.