Visando estreitar parceria com a Polícia Civil para combater às vendas de próteses dentárias e produtos ortodônticos pela internet, a presidente da Comissão de Fiscalização do CRO-RN, a cirurgiã-dentista Jane Suely de Melo Nóbrega, conselheira, esteve nesta quarta-feira, 8, na Delegacia Geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (DEGEPOL), situada no bairro de Cidade da Esperança, em Natal.

Jane estava acompanhada da dentista Thayane Menezes Freitas, assessora da presidência do Conselho, que foi representando o presidente Gláucio de Morais e Silva, e do funcionário Damião Alves, que assessora as Comissões de Ética e Fiscalização do CRO-RN.

Os delegados Júlio Cesar Barbosa da Costa, assessor da Polícia Civil da Grande Natal (DPGRAN), Helder Carvalhal de Almeida, Assessor do delegado geral da DEGEPOL, e Lenivaldo Ferreira Pimentel, diretor de Polícia Civil do Interior, receberam os integrantes da Comissão de Fiscalização do CRO-RN, numa reunião que durou cerca de 1 hora.

No encontro, a conselheira Jane Nóbrega manifestou a preocupação do Conselho com o aumento de denúncias de pessoas que comercializam próteses dentárias e produtos ortodônticos pelas redes sociais.

Segundo Jane Nóbrega, hoje nas redes sociais têm pessoas que estão anunciando vendas de próteses dentárias confeccionadas por protéticos sem o acompanhamento de um dentista, bem como de aparelhos, borrachinhas, aplicadores, entre outros produtos ortodônticos, diretamente ao público, sem qualquer acompanhamento de um profissional de odontologia.

A conselheira informou aos delegados que este tipo de venda representa risco para a saúde destas pessoas que adquirem próteses e produtos ortodônticos pela internet.

“As vendas de produtos ortodônticos pela internet são dirigidas principalmente para jovens pelo modismo de usarem elásticos e arcos coloridos”, explica Jane, acrescentando que eles aplicam em si mesmos e também passam a comercializar os produtos pelas redes sociais, principalmente Facebook e Whatsapp, atingindo amigos e colegas.

Os ortodontistas alertam que a autoaplicação desses produtos podem provocar dano irreparável quando mal aplicado, uma vez o tratamento depende primeiro de uma avaliação clínica feita por um profissional.

No caso das próteses dentárias, tem protético sem registro no CRO-RN que a confecciona sem o acompanhamento de um dentista, caracterizando exercício ilegal da profissão.

Como o CRO-RN só pode abrir processos éticos nos casos de pessoas que são profissionais inscritos no Conselho, a Polícia Civil está sendo acionada para atuar em parceria nos casos de pessoas que estão exercendo ilegalmente a odontologia.

“O objetivo dessa parceria com a Polícia Civil é atingir as pessoas que não são dentistas, com a realização de investigações para prendê-las e abrir inquéritos policiais com base na lei do exercício ilegal da profissão”, explica o presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva.

O delegado Júlio Cesar, do DPGRAN, que já foi titular da delegacia de Defraudações e Falsificações, solicitou que o CRO-RN encaminhe as denuncias dessas práticas ilegais de comercialização de próteses e produtos para a DEGEPOL, que passará a conduzir as investigações.