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APAFIS/RN está organizado a Semana Estadual dos Fissurados em maio

A Associação dos Pais e Amigos dos Fissurados do Rio Grande do Norte (APAFIS) realizou nesta quinta-feira, 15, no auditório do CRO-RN, mais uma reunião para discutir assuntos internos da entidade e também para organizar a Semana Estadual de Educação, Conscientização e Orientação sobre a Fissura Labiopalatina, instituída pela Lei Estadual nº 9.101/2008.

Este ano, ela acontece nos dias 29, 30 e 31, com caminhada e palestras que estão sendo organizadas pela APAFIS.

A conselheira do CRO-RN, Aldenísia Albuquerque, participou da reunião e reafirmou o apoio do Conselho para esta causa dos fissurados do Rio Grande do Norte, que estão desde 2013, com o fechamento do núcleo de atendimento desses pacientes no Hospital Pediátrico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sem referência de atendimento.

Atualmente, as crianças que nascem com fissuras labiopalatina são orientadas a procurar tratamento fora de domicílio, em Recife ou no Centrinho de Bauru, no interior de São Paulo.

Por iniciativa de abnegados profissionais de saúde, como a dentista Suely da Rocha Alencar, do Centro Especializado em Reabilitação (CER), antigo CRI (Centro de Reabilitação Infantil), ligado a Secretaria Estadual de Saúde (SESAP), agora existe o NAIF (Núcleo de Atendimento Interdisciplinar ao Fissurado).

Segundo Suily, o NAIF é uma sementinha do tão sonhado Centrinho para atender os fissurados do Rio Grande do Norte, que está inserido dentro do CER, com os pais desses pacientes devendo procurar inicialmente o setor de Assistência Social, onde é feito o cadastro que depois chega ao Núcleo.

A partir deste ponto os pais dos pacientes com fissuras são orientados de como iniciar o tratamento, que atualmente enfrenta muitos problemas no Rio Grande do Norte por falta de um Centrinho que possa atendê-los aqui no Estado.

“Estamos na Semana de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina, mas, infelizmente não temos o que comemorar. Esses pacientes encontram-se desamparados pelo poder público. Governos Federal, Estadual e Municipal ficam jogando a responsabilidade um para o outro e nada é feito para mudar essa situação”, disse Gesane Marinho, então deputada Estadual,  durante audiência Pública na Assembleia Legislativa, em maio de 2014.

Depois de 2 anos dessa audiência, com o Ministério Público na época informando que havia uma ação civil pública n° 0010483-45.2009.8.20.0001, que tramitava na 2ª Vara da Infância e Juventude e tinha como objeto garantir a implantação de uma rede de atendimento com Centro de Referência para o paciente portador de fissura labiopalatal, a realidade para os pais dessas crianças é desalentadora.

Para pressionar os gestores municipal e Estadual a dar uma atenção aos fissurados, nasceu há um mês a APAFIS, cujo presidente é Edivan Martins, pai de um garoto que nasceu com fissura, tendo como vice-presidente Siderley Jatobá, ex-fissurado, que realizou sua reabilitação no Centrinho de Bauru.

Os dois lembram que em 2 de outubro de 2013, acolhendo o pedido do Ministério Público, com a sentença transitado em julgado, a Justiça determinou que Estado e Município formalizem e implementem o Centro de Referência de Atendimento a Paciente Fissurado, por intermédio do complexo hospitalar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob pena de multa diária e pessoal de R$ 1.000,00 pelo descumprimento.

NAIF – Núclo de Atendimento Interdisciplinar ao Fissurado

Mas até agora, a única iniciativa do Estado foi consequência da boa vontade da doutora Suily e do pessoal do CER em criar o NAIF para servir de pelo menos de referência para os pais que deparam com a notícia que seus filhos vão nascer ou nascem com fissuras labiopalatina.

A cirurgiã-dentista Suily explica que o atendimento no CER é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12 horas, com os pais devendo procurar o setor de Assistência Social levando os seguintes documentos:

- RG ou certidão de nascimento da criança

- Cartão do SUS

- Comprovante de residência

- Ficha de referência dada pelo cirurgião-dentista ou médico

A dentista reconhece que o NAIF ainda tem muito a evoluir para dar um atendimento que merecem as crianças e adultos com fissuras. Mas ela espera que agora com a APAFIS atuando para pressionar os gestores a realidade desses pacientes possa mudar para melhor brevemente, evitando que eles tenham que se deslocar do Rio Grande do Norte para tratamento em Recife (PE) ou Bauru, SP.

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