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Dentistas ministram curso de Curso de Capacitação para Cuidados com a Higiene Oral de Recém-nascidos

Dentistas ministram curso de Curso de Capacitação para Cuidados com a Higiene Oral de Recém-nascidos
As CDs Coleta e Simone no curso de Capacitação para Cuidados com a Higiene Oral de prematuros nmatur

Integrantes da Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO-RN, as dentistas Coleta Medeiros e Simone Norat ministraram na segunda-feira, 28 de março, o Curso de Capacitação para Cuidados com a Higiene Oral de Recém-nascidos da UTI Neo e Enfermaria “Mãe Canguru” do Hospital José Pedro Bezerra, também conhecido por Hospital Santa Catarina (HSC), na zona Norte.

O curso foi ministrado para as mães da Enfermaria “Mãe Canguru”, para os servidores do hospital, como médicos, dentistas e enfermeiros, no período da tarde.

Veja as fotos do curso clicando aqui!

As doutoras Simone e Coleta iniciaram o curso falando dos diversos “habitantes” da boca, como os micro-organismos (vírus, protozoários, fungos e bactérias).

Segundo a Simone, dentista da Casa Durval Paiva de Apoio à Criança com Câncer e responsável pelo Serviço de Odontologia da Oncologia Pediátrica da Liga Norte-riograndense contra o Câncer, mais de 800 espécies bacterianas existem na cavidade bucal, salientando que as condições ambientais, de saúde e higiene interferem nessa proliferação.

A cirurgiã-dentista também falou da “colonização da cavidade bucal” desde o nascimento a fase adulta, salientando que o ambiente bucal é estéril quando o bebê nasce, mas é imediatamente colonizado por micro-organismo do trato genital da mãe.

Ela comentou que no terceiro mês de vida a criança já possui microbiota bucal que vai ser alterada, sobre tudo, após a erupção dentária. “Na idade escolar a microbiota das crianças é igual a dos adultos”, explica Simone.

Sobre a importância da higiene oral diária, a doutora Simone destacou a prevenção à cárie, a placa bacteriana, a gengivite, a mucosite, que é ima inflamação da parte interna da boca e da garganta, podendo ocasionar úlceras dolorosas e feridas na cavidade bucal, além da pneumonia aspirativa , uma infecção do pulmão causada pela entrada de líquidos ou objetos contaminados vindos da boca ou estômago.    

As doutoras Simone e Coleta também chamaram a atenção que o cuidador, o pessoal de saúde e mesmo a mãe devem ter diariamente em relação bebê, observando os aspectos do lábio, língua, bochecha (mucosa oral), além da orofaringe, a parte da garganta logo atrás da boca, que inclui a base da língua, o palato mole, as amígdalas e a parte lateral e posterior da garganta.

Elas fizeram demonstrações às mães como deveriam fazer a higienização oral dos seus bebês para evitar a saburra lingual e a infecção viral.

A doutora Simone alertou às mães que se observarem alterações a qualquer tempo na cavidade oral do bebê devem comunicar à equipe que acompanham o recém nascido para que seja solicitado a orientação/intervenção do dentista.

Segundo Simone, “formar equipes de trabalho multidisciplinar e estimular a formação de multiplicadores é mais que possível, é real, concreto e prazeroso”.

Encerrando a sua apresentação, a doutora Simone agradeceu o convite da doutora Coleta para esta capacitação das mães na enfermaria de prematuros e pessoal de saúde.

Segundo Coleta, este curso de capacitação surgiu da necessidade de uma maior interação entre os profissionais de saúde no cuidado desses recém-nascidos.

“O objetivo da comissão de Odontologia Hospitalar com este trabalho realizado nesse setor de prematuros é que seja implantado um protocolo de atendimento junto a estes recém-nascidos que estão na UTI, bem como que estas mães “Canguru” recebendo estas informações teóricas e prática possam também fazer a higienização de seus bebês”, explica Coleta, da equipe de Odontologia Hospitalar do HSC.

Mãe de trigêmeos, Kelly gostou da palestra sobre os “Cuidados com a Higiene Oral de Recém Nascidos”. Os seus bebês Sofia, Sará e Antoni nasceram de oito meses e estão sendo cuidados por ela no método Canguru, num sistema de revezamento, com a ajuda do marido e de uma irmã. “Eu achei muito interessante esta palestra, porque tinha coisa que a gente não sabia, agora já vou saber fazer e cuidar melhor da higienização oral dos meus filhos”, diz a mãe.

O curso, além de orientar sobre os cuidados com a higiene oral dos bebês prematuros, também teve noções de escovação para as mães. 

ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO HSC

Fazem parte da equipe de Odontologia Hospitalar do HSC os cirurgiões-dentistas Waltemir, Martins, Virginia e Meyre, que são formados em Odontologia Hospitalar na primeira turma do curso promovido pelo Sindicato dos Odontologistas do Rio Grande do Norte (SOERN), há dois anos.

Coleta relata que Waltermir e Martins foram os primeiros cirurgiões-dentistas a chegarem ao hospital e hoje atuam na UTI adulto. As dentistas Virginia e Meyre vieram depois e trabalham junto às enfermarias de adultos e das mães de recém-nascidos.

Como a Odontologia Hospitalar é recente nos hospitais do Estado no Rio Grande do Norte, com as primeiras equipes iniciando o trabalho no inicio do ano passado, a doutora Coleta reconhece que ainda existem algumas dificuldades para a atuação dos dentistas no HSC, como a falta de produtos usados na odontologia.

Segundo Coleta, alguns produtos de uso da odontologia, como não fazem parte do rol das licitações, demoram a chegar. Mas ela espera que com a continuidade do trabalho dos dentistas, a situação mude.

“Com o reconhecimento e a comprovação da nossa atuação na diminuição do tempo de internação dos pacientes, gerando uma economia de gastos, a gente vai  receber estas coisas que são solicitadas e finalmente a nossa equipe terá condições de desenvolver aqui um trabalho da melhor maneira possível”, Coleta.

MÃES CANGURUS

O “Método Mãe Canguru” (MMC) também é conhecido como “Cuidado Mãe Canguru” ou “Contato Pele a Pele” foi implantado no Brasil em 2000 pelo Ministério da Saúde para cuidar dos bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer.

O idealizador do método foram os médicos Edgar Rey Sanabria e Hector Martines, do Instituto Materno-Infantil de Bogotá, Colômbia, em 1979, para diminuir o tempo de internação dos recém-nascidos com baixo peso diante de uma situação crítica de falta de incubadoras, infecções cruzadas, ausência de recursos tecnológicos, além do desmame precoce, abandono materno e altas taxas de mortalidade neonatal.

O nome do método “Mãe Canguru" é uma referência à maneira pela qual as mães carregavam seus bebês após o nascimento, de forma semelhante aos marsupiais, que têm as bolsas na frente do corpo para carregar os filhotes.

Antes mesmo do Ministério da Saúde aprovar a Norma de Atenção Humanizada ao Recém Nascido com Baixo Peso (RNBP), recomendando e definindo as diretrizes para a implantação da “Mãe Canguru) nas maternidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil os primeiros serviços a aplicarem o método foram o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (SP), em 1992, e o Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), em 1993.

Já em 1997, o modelo adotado pelo IMIP foi reconhecido pela Fundação Getúlio Vargas e ganhou o prêmio "Gestão Pública e Cidadania", além do “Best Practice”, instituído pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A norma do Ministério da Saúde estimula os pais a ficarem com os bebês nas UTINs e enfermarias, com as mães amamentando seus filhos, que ficam numa posição amarrados entre os seios, de forma a ter um contato pele a pele.

A mãe permanece o maior tempo possível com o recém-nascido junto ao seu peito, de modo que aquece e o protege. Quando ela vai ao banheiro ou tomar banho, a criança é colocada sobre uma cama, sob os cuidados de enfermeiros ou mesmo parentes.

O bebê ao atingir o peso de 2.500g e em condições saúde recebe alta e os pais podem levá-lo para casa, devendo manter um acompanhamento médico na unidade de saúde do seu bairro.

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