Novos cirurgiões-dentistas recebem carteira no CRO-RN
O CRO-RN realizou nesta sexta-feira, 4, no seu auditório, a entrega das carteiras provisórias de inscrições para um grupo de 17 novos cirurgiões-dentistas formados pelas universidades Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Potiguar (UnP), além de dois vindos das universidades da Paraíba e Minas Gerais.
A solenidade de entrega das carteiras aconteceu às 11 horas, com a presença do presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, que apresentou uma palestra sobre as atribuições dos conselhos regionais de odontologia e também do Conselho Federal de Odontologia.
Este ano o CRO-RN já entregou carteiras para os novos dentistas no dia 18 de fevereiro, quando cerca de 60 profissionais formados pela UFRN e UnP em 2015 tiveram suas inscrições registradas.
Na primeira entrega do ano, a solenidade e a palestra foram comandadas pelo conselheiro Marco Aurélio, que representou o presidente da autarquia.
Este ano, as universidades UFRN, UnP e a UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, campus de Caicó) estão colocando no mercado de trabalho cerca de 130 novos cirurgiões-dentistas.
O presidente do CRO-RN em sua palestra chamou a atenção dos novos dentistas quanto ao Código de Ética Odontológica, destacando que todos deveriam conhecê-lo para exercer suas profissões dentro da legislação pertinente a área, evitando aborrecimentos no futuro por desconhecimento.
Gláucio em sua palestra destacou alguns capítulos do código em relação à propaganda dos profissionais e clínicas, além de aspectos relacionados aos processos éticos com suas penas.
O presidente do CRO-RN ainda apresentou um quadro sobre as infrações mais praticadas pelos cirurgiões-dentistas, que envolvem principalmente casos de propagandas irregulares e procedimentos em ortodontia.
A solenidade de entrega das carteiras teve a participação do conselheiro Luiz Eduardo Rodrigues Juliasse, da Comissão de Ética, e da funcionária do CRO-RN, Ana Karina, que deu informações sobre inscrições e prazos para os novos dentistas depois solicitarem a inscrição definitiva no Conselho. O prazo da inscrição provisória de cirurgião-dentista é de dois anos.
Segundo Ana Karina, dos 19 novos dentistas que receberam suas carteiras na sexta-feira, nove são da UnP (Universidade Potiguar), sete da UFRN, um da Unilavras, MG, e um da Universidade Federal da Paraíba, campus de Campina Grande.
NÚMERO DE DENTISTAS NO RN
Com as inscrições este ano dos novos dentistas formados em 2015, o total de inscritos no CRO-RN até 4 de março de 2016 chega a 3.488 profissionais, o que dá uma relação de um cirurgiões-dentistas por grupo de 977 habitantes no Estado, considerando uma população de 3,4 milhões no Rio Grande do Norte.
Em Natal, são 2.196 dentistas para 808 mil habitantes, o que dá uma média de 667 pessoas por profissional na capital.
No interior, são 1.292 profissionais, o que dá uma média de um dentista para cada grupo de 2.011 habitantes. Ou seja, no interior ainda falta dentistas considerando indicadores preconizados pela Organização Mundial de Saúde, que sugere um dentista para cada 1.500 habitantes. Este indicador questionado, leia abaixo.
O Ministério da Saúde ao criar a Estratégia Saúde da Família coloca um cirurgião-dentista (equipe de Saúde Bucal) para cada 3 mil habitantes.
Destaco que a proporção de dentistas com a população é muito controversa. Na internet tem artigos e mesmo trabalhos acadêmicos que são conflitantes. Tem o artigo do cirurgião-dentista Deison Alencar Lucietto que diz:
“O indicador clássico utilizado pela Odontologia brasileira para aferir a demanda ou a necessidade de cirurgiões-dentistas está baseado na relação proporcional profissional por população.
A concentração de cirurgiões-dentistas por quantidade de população preconizada pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) é de 1 (um) cirurgião-dentista (CD) para cada 1.500 (mil e quinhentos) habitantes. Segundo o Conselho Federal de
Odontologia (CFO), a proporção de 1 (um) cirurgião-dentista para cada 2.000 (dois mil) habitantes parece ser adequada para os países de modo geral ((JEUNON; SANTIAGO, 1999, p. 81-82).”
Já o professor e cirurgião dentista Paulo Capel Narvai, mestre e doutor em Saúde Pública do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, questiona este indicador da OMS e escreveu um artigo onde ele destaca:
“Não basta para o enfrentamento da atual política de formação de recursos humanos em saúde — aí incluídos os recursos humanos odontológicos —, a enfadonha citação de que "a Organização Mundial da Saúde recomenda 1 dentista para 1.500 habitantes." (Há variantes como 1/1.000 ou 1/2.000). Há pelo menos dois erros nisso: em primeiro lugar, a OMS não recomenda coisa alguma. Em algum momento alguém deve ter lido mal em algum lugar, citou erroneamente a OMS e, a partir daí, tem havido uma repetição mecânica e acrítica dessa proporção. Jamais encontrei a referência bibliográfica nos artigos que mencionam a tal proporção. Nos documentos da OMS, aos quais tive acesso, nunca li nada sobre o assunto. Até que algum pesquisador desvende esse mistério, pode-se concluir que trata-se de pura lenda.”