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Sindicatos das categorias da saúde vão realizar ato público contra quebra de isonomia

 Os servidores municipais da saúde ligados aos sindicatos de suas respectivas categorias, como Sinsenat, SindFarm, Soern, Sindas e Sinderm, reunidos na quinta-feira, decidiram realizar no dia 20 de outubro uma ato público contra a decisão do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, de quebrar a isonomia na saúde e criar uma carreira somente para médicos.  O ato acontece a partir das 9 horas, na Praça Tamandaré.

O presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, considera a decisão do prefeito em quebrar a isonomia um “ato infeliz” que merece o repúdio de todas as categorias da saúde. “A Câmara Municipal precisa barrar esta proposta do prefeito em quebrar a igualdade de vencimentos para criar uma carreira somente para médicos, como o ex-governador Vivaldo Costa fez em sua gestão nos anos 90 prejudicando as demais categorias da saúde”, afirmou Silva.

Na quinta-feira, o presidente do CRO-RN participou juntamente com o presidente do Sindicato dos Odontologistas do RN (SOERN) da Audiência Pública, na Câmara Municipal, iniciativa da vereadora Amanda Gurgel (PSTU), para discutir a proposta do prefeito de Reforma Administrativa no município, que inclui a criação de uma carreira médica.

Participaram da audiência representantes dos sindicatos dos servidores da saúde, de movimentos populares, da sociedade civil e o secretário Municipal de Saúde.

Segundo a presidente do Sinsenat, Soraya Godeiro, se o projeto tiver prosseguimento, as entidades sindicais vão se mobilizar para decretar greve geral por tempo indeterminado.

Para a vereadora Amanda, a medida implica na quebra da isonomia e a criação de um direito exclusivo aos médicos. “Todos os servidores da saúde, bem como outras categorias do funcionalismo municipal, não tiveram nenhuma reivindicação de direitos atendida este ano. É justo que os médicos recebam um salário digno e não estamos aqui para jogar uma categoria contra a outra. O que não achamos justo é o tratamento desigual entre classes ou grupos profissionais”, explicou.

O secretário Municipal de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, disse que a proposta já foi apresentada e aceita pela categoria médica, inclusive o texto está pronto para ser encaminhado ao Gabinete Civil, e, posteriormente, à Câmara Municipal.

“Acredito que esta é a única saída para o SUS. Porque a carreira pública não atrai os médicos, haja vista que eles podem ganhar muito mais na iniciativa privada. A gente abre concurso e, simplesmente, não há concorrência. Estamos a criar condições de atratividade para esses profissionais”, explicou o secretário Municipal de Saúde.

Para a presidente do Sinsenat, o que está em jogo nesta Reforma Administrativa é um direito adquirido já 30 anos.

“Foram muitas lutas para garantir a manutenção da isonomia no funcionalismo. Vamos questionar o projeto da prefeitura com medida judicial e mandado de segurança. É hora de convocar os servidores, superar as divergências internas que existem nos movimentos sindicais e unir forças para o enfrentamento”, defendeu a sindicalista.

A coordenadora-geral do Sindisaúde, Simone Dutra, disse que a luta é para a construção de um plano único para o conjunto do funcionalismo, lembrando que o trabalho na saúde é feito de forma cooperada.

Ela concorda que os médicos ganham pouco, “mas não são os únicos a sofrerem com a política de baixos salários que impera no Brasil”.

O diretor do SOERN, Flávio Calife,  acredita que o posicionamento nesse momento é de união das entidades para lutar pela isonomia.

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