Curso de Atenção e o Cuidado da Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência formar 25 novos profissionais
O Ministério da Saúde, em parecerias com as secretarias Estadual e Municipal de Saúde de Natal, com apoio do CRO-RN e SOERN, conclui no sábado, 19, o curso de Atenção e o Cuidado da Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência, que vai formar 19 novos dentistas e seis auxiliares para atuarem em Natal e em vários municípios do interior.
Segundo a coordenadora estadual do curso, a cirurgiã-dentista Áquila Dantas, especialista em atendimento a pacientes com necessidades especiais, a formação teve início em março com as aulas à distância, num total de 120 horas/aula, e nesta terça-feira, 16, começou as 40 horas aulas no modelo presencial.
Áquila Dantas, que atende pacientes com deficiência no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), que funciona anexo ao Centro de Referência Morton Mariz, no bairro da Ribeira, explica que as aulas práticas começaram nesta unidade na quarta-feira e vão até sábado.
A expectativa da coordenação do curso é atender cerca de 150 pacientes, entre crianças, jovens e adultos nesse período de quarta a sábado.
Na terça-feira, 15, a aula presencial foi no auditório do CRO-RN, nos períodos da manhã e tarde, com a participação das doutoras Diana Rosado e Geni Medeiros, que foram convidadas pela coordenação do curso.
Doutoranda em Odontopediatria com área de concentração em pacientes especiais, Geni ministrou aula sobre Interação Medicamentosa, enquanto Diana deu duas aulas, uma sobre "Atuação Odontológica Diante do Paciente Diabético, Cardiopata e Hipertenso" e “Atuação Odontológica Diante dos Pacientes Usuários de Antiagregante Plaquetário e de Anticoagulante Oral".
AULAS PRÁTICAS NO MORTON MARIZ
Na quarta-feira, 16, as aulas práticas de clínica foram iniciadas nas dependências do Centro de Referência Morton Mariz. No período da manhã, os dentistas do curso atenderam 22 pacientes com necessidades especiais, enquanto na parte da tarde foram atendidas cerca de 20 pessoas, entre crianças e adultos com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, física ou mental.
Segundo a coordenadora do curso, no Rio Grande do Norte existem mais de 800 mil pessoas portadoras de alguma deficiência, dados do IBGE com base no censo 2010, sendo que a capital tem mais de 200 mil habitantes que precisam de atendimento especial.
“O Estado tem falta de profissionais para atender toda esta demanda de portadores de necessidade especiais, por isso o ministério da Saúde viabilizou a realização deste curso para 25 profissionais da odontologia, sendo 19 dentistas e seis auxiliares (ASBs e TSBs)”, explica Áquila Dantas.
“No Brasil inteiro há 540 especialistas para atender cerca de 45 milhões de deficientes e, como é é uma especialidade relativamente nova, de 2001, o programa Viver sem Limites, do governo Federal, passou a capacitar dentistas e auxiliares de todo o Brasil para atender todo este público nas unidades básicas de saúde, ampliando a rede de atenção e cuidado à saúde bucal em todo o país”, ressalta Áquila Dantas.
Segundo Áquila, o objetivo do Ministério da Saúde com a realização destes cursos é aumentar a presença dos profissionais de odontologia para atender estes pacientes na rede básica de saúde, deixando os atendimentos mais complexos para os CEOs.
Atualmente, no CRO-RN, apenas dois dentistas estão inscritos na especialidade Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais: Áquila Dantas e Maria Luzinete Gomes da Costa Araújo. Áquila acredita que outros cirurgiões-dentistas podem ter a especialidade, mas não fizeram ainda o registro no Conselho, mas o número total destes especialistas no Estado deve estar em torno de profissionais.
Cirurgiã-dentista da Unidade de Estratégia de Saúde da Família do KM 06, Ana Clara Guedes está entre as profissionais da secretaria Municipal de Natal que estão se capacitando para atender esta clientela que encontra dificuldades para ser assistida na rede básica de saúde.
Ela comentou que o motivo para ter se inscrito no curso foi a possibilidade de ajudar na inclusão destes pacientes aos cuidados bucais, que muitas vezes até inexiste devido as suas limitações, que podem ser físicas e/ou intelectuais.
"Está sendo uma experiência ótima e gratificante poder contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de assistência à saúde para essas pessoas”, diz Guedes.
