CRO-RN interdita eticamente o CEO da Cidade da Esperança por falta de condições de trabalho
A Fiscalização do CRO-RN interditou eticamente na manhã desta terça-feira, 2, o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), no bairro de Cidade da Esperança, por falta de condições de trabalho para os profissionais da odontologia.
Assista a reportagem da InterTVCabugi sobre a ação do CRO-RN clicando aqui
O presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, acompanhou a equipe de Fiscalização na interdição do CEO, que já tinha recebido uma visita de inspeção no dia 12 de agosto, quando os problemas foram detectados.
Ele conversou com alguns dentistas que trabalham no CEO e ouviu deles relatos, como o do cirurgião-dentista Flávio Freire.
Segundo Freire, as pias estão quebradas, o sugador tem refluxo devido aos problemas no sistema de esgoto e as quatros cadeiras não podem ser ligadas de uma só vez porque o compressor é pequeno e não suporta o funcionamento delas juntas.
O prédio onde está localizado o centro também abriga uma policlínica e as unidades básicas de saúde dos bairros de Cidade da Esperança e Dix-Sept Rosado.
A interdição ética só abrange o setor odontológico, com os demais atendimentos se mantendo no mesmo prédio.
Na verdade, a situação toda do prédio é caótica, como relataram alguns usuários da unidade.
O diretor das unidades, José Martins da Costa Filho, que também responde pelo CEO e pela Policlínica, disse que já tinha levado o problema para o secretário de Saúde de Natal, Cipriano Maia.
No dia 12 de agosto, a Fiscalização do CRO-RN já tinha visitado o CEO e dado um prazo para solucionar os problemas apontados, como infiltrações na sala de atendimento, pias quebradas, entre outros.
Uma equipe da InterTVCabugi acompanhou a ação do Conselho e exibiu a reportagem no RN- 1º. Edição, o jornal do Meio Dia da emissora afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Norte.
O diretor José Martins não gostou que a impressa entrasse na unidade de saúde para fazer imagens enquanto ele estava ausente do prédio. Os usuários desta unidade de saúde também denunciaram as péssimas condições que se encontra o prédio.
Os fiscais do CRO-RN na primeira visita encontraram cadeira odontológica sem funcionar, salas com mofo, pias quebradas, iluminação insuficiente nos consultórios, problemas no sistema de esgoto e paredes com infiltrações.
A interdição ética do CRO-RN ao setor de odontologia da unidade de saúde se baseia no Código de Ética Odontológica, no CAPÍTULO II, DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, em seu Art. 5º, parágrafo IV, que diz que constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos de "Recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres!”.
É com base neste artigo e parárafo que o CRO-RN desde 2006 adotou a prática de interditar eticamente qualquer estabelecimento de saúde, seja público ou privado, garantindo assim o direito dos profissionais da odontologia em trabalharem em ambientes dignos e salubres.
O presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, afirma que a interdição ética também é uma forma de proteger os usuários do SUS de serem atendidos em locais que colocam em risco a sua saúde.
Segundo o presidente da Comissão de Fiscalização, Luiz Carlos, o ministério Público, A Covisa Municipal, a secretária de Saúde do Município e o Conselho Municipal de Saúde foram comunicados da interdição do CEO da Cidade da Esperança.