Representantes do SOERN, juntamente com SINDAS, SINDSAÚDE e SINSENAT,  participaram na quinta-feira, 15, de reunião com o secretário de Saúde do Município, Cipriano Maia, a secretária Adjunta de Orçamento e Finanças, Adamires França, o chefe de Gabinete Civil de Natal, Kleber Fernandes, e o secretário Municipal de Administração e Gestão Estratégica, Fábio Sarinho, para tratar da pauta de reivindicações de todas as categorias da saúde que estão em greve.

O secretário Fábio Sarinho foi o primeiro a falar, dizendo que depois de conversas com o prefeito, a proposta da prefeitura era de atualização do IPCA, de 5,68%, em uma única vez, ao invés de duas parcelas como antes oferecido.

A prefeitura de Natal tem cerca de 5.500 servidores da saúde e a folha de pagamento do setor é de R$ 15 milhões, segundo a secretaria de Administração do Município.

“Conversamos bastante e chegamos à definição de que tudo que podemos oferecer por enquanto é a atualização do IPCA, que é de 5,68%, de uma única vez e não mais dividido em duas parcelas, respeitando a data-base no mês de março de 2014”, explicou ele.

Segundo o secretário, o prefeito, mesmo não atendendo as expectativas dos servidores, que pediram 18,32% de reposição salarial, se comprometeu em realizar estudos para definir uma política de gestão pessoal e criar uma mesa geral de negociação com os sindicatos.

Depois da fala de Sarinho, os representantes do SINSENAT se retiraram da sala, revoltados com a proposta do município, que ainda manteria o abono para algumas categorias.

O secretário de Saúde do Município, Cipriano Maia, ainda tentou acalmar os ânimos dos presentes à reunião, afirmando que por mais que haja divergências, era preciso reconhecer o esforço que a gestão vem fazendo para atender as demandas possíveis e discutir uma relação trabalhista de compromisso.

“Quanto a reajuste, vamos fazer um estudo para discutir possibilidades, mas sabemos que é preciso orçamento. Ano passado a folha de saúde ficou descoberta em 62 milhões e este ano ainda está descoberta em 41 milhões, fora contratos. Temos um déficit orçamentário que é quase um terço do orçamento”, explicou Maia.

Segundo o secretário, a prefeitura não tem como propor reajuste com a folha descoberta.

O diretor financeiro do SOERN, Flávio Calife, após se solidarizar com os colegas do SINSENAT, declarou que estava na hora da prefeitura de Natal acabar com o  “famigerado abono” pago aos dentistas da Estratégia Saúde da Família e incorporá-lo ao salário.

“Sabemos que alguns sindicatos estão negociando a incorporação das gratificações ao salário base. Solicitamos que esta gestão se comprometa também com as outras categorias, para que a mesma não seja marcada pela quebra da isonomia”, afirmou Calife.

O sindicalista reconheceu o compromisso do secretário com as melhorias da saúde bucal no município, mas afirmou que o SOERN quer que o prefeito se sensibilize e não haja quebra de isonomia dos médicos em relação aos outros profissionais.

Na próximo segunda, a partir das 9 horas da manhã, o SOERN vai realizar uma assembléia no auditório do CRO-RN para levar o resultado da reunião à categoria, que vai decidir se mantém a greve ou volta ao trabalho.