Cenário e tendências pós-Convenção de Minamata para a Odontologia é destaque no Módulo 14 da Arena CFO, no CIOSP
Penúltimo painel da Arena CFO, o tema “COP 4 – Convenção de Minamata” trouxe as perspectivas de sustentabilidade para a Odontologia. A palestra foi realizada neste sábado (2/7), no último dia da Arena CFO, no CIOSP.
O presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas (ABCD), Silvio Cecchetto, abriu o painel enfatizando a importância da temática, reforçando o papel da liderança da ABCD sobre a COP 4 para a Odontologia no Brasil e, em seguida, apresentou o palestrante, professor Claudio Fernandes, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A Convenção de Minamata é um tratado internacional assinado por 137 países que limita o uso do mercúrio no planeta. O nome é oriundo de uma cidade no Japão, onde ocorreram sérios danos à saúde como resultado da poluição pelo metal em meados do século XX. A discussão da Convenção de Minamata aconteceu no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), sobre os riscos do uso de mercúrio. A partir da Decisão 25/5 UNEP/GC de 2009, que convocou os governos a elaborar um instrumento legalmente vinculante para o controle do uso de mercúrio visando proteger à saúde humana e ao meio ambiente, foi iniciado um processo de negociação global.
Claudio Fernandes, cirurgião-dentista membro da Comissão de Sustentabilidade Permanente da UFF e do Grupo de Trabalho Minamata do Ministério da Saúde, explicou que a Odontologia precisa ser cada vez mais sustentável. “A profissão do cirurgião-dentista está sendo desafiada pela crescente demanda por melhores cuidados de saúde bucal. Ao mesmo tempo, há a obrigação de reduzir as exigências que se coloca sobre os recursos finitos do Planeta Terra”, comentou.
Também destacou que, atualmente, no Brasil, o amálgama (material feito de uma liga de mercúrio, prata e estanho) é usado por mais de 70% dos dentistas no atendimento público. Por ser resistente à oxidação, tem a finalidade da restauração dos dentes. Conforme Fernandes, no Brasil, são feitas 10 milhões de restaurações por ano. Globalmente, a eliminação desse material “será inevitável” e existe um forte apelo por P&D no desenvolvimento de alternativas e substitutos de amálgama.
Fotos: @flaviocorvello @di.scapino
Por Natasha Guerrize, Luciana Lima e Camila Melo, Ascom CFO.
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