Aos 98 anos, morreu o professor da UFRN Max Cunha de Azevedo
Aos 98 anos de idade, o cirurgião-dentista e educador Max Cunha de Azevedo, casado com Josefina e pai de dois filhos, Robinson e Silvana, morreu no sábado à noite, no hospital Rio Grande, em Natal, depois que passou mal em sua casa. O sepultamento foi no domingo, às 11h20, no cemitério Morada da Paz, em Emaús, Parnamirim.
Nascido no dia 27 de setembro de 1921, em Jardim do Seridó, RN, o Dr. Max iniciou seus estudos na sua cidade no Grupo Escolar "António de Azevedo", tendo começado o curso ginasial no Colégio Diocesano Santa Luzia, em Mossoró, e concluído-o no Colégio Estadual do Atheneu Norte-Rio-Grandense, em Natal.
Depois se transferiu para Recife, PB, onde cursou o Pré-Médico no Colégio Oswaldo Cruz.
A graduação no curso de Odontologia foi em 19 de dezembro de 1944, na faculdade anexa à faculdade de Medicina do Recife.
Já em 1948, o Dr.Max prestou concurso para o DASP (Departamento Administrativo Público) para o cargo de Inspetor de Ensino do Ministério da Educação, sendo o único aprovado entre cerca de 40 candidatos de Natal.
Diante do desempenho no concurso, seu currículo foi submetido na época ao Conselho Nacional de Educação, que o aprovou para integrar o corpo docente da então faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Natal, posteriormente chamada de Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Como cirurgião-dentista, o Dr.Max atuou na área durante nove anos.
Como professor, lecionou nas faculdades de Odontologia e de Educação. Na Odontologia foi professor das disciplinas de Prótese Total e Fisiologia, além de chefiar a Clínica Odontológica do Hospital Miguel Couto (atual Hospital Universitário Onofre Lopes).
Na faculdade de Educação foi mestre nas disciplinas de Legislação do Ensino e de Administração Escolar.
Na sua gestão como Inspetor Seccional do MEC, o DR.Max participou da execução de um dos mais importantes programas educacionais do Brasil, que oferecia cursos de treinamento para professores não habilitados em nível superior específico. Estes cursos eram ministrados por docentes selecionados dentre os melhores do país, em tempo integral, durante o recesso escolar, abrangendo os conteúdos específicos das mais variadas áreas do conhecimento.
No período de 1964 a 1966, o professor Max frequentou três desses cursos, o que o autorizava a lecionar a disciplina de Biologia em todo o Estado. Ele foi professor de Microbiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Em 28 de novembro de 1996, o Dr.Max Cunha entrou na Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, tendo participado da diretoria como vice-presidente e presidente por três gestões, além do cargo de segundo secretário por 14 anos.
HOMENAGEM
A Dra. Maria Marluce de Souza, da diretoria da Academia Norteriograndense de Odontologia, lamentou a morte do acadêmico Max Cunha, ocupante da cadeira 40, que em 2016 foi o indicado pela entidade para receber a Comenda Dr. Clemente Galvão Neto, em sessão solene para homenagear o Dia do Dentista, na Câmara de Vereadores de Natal.
“Eu guardo com muito carinho uma cadernetinha que o doutor Max mesmo confeccionou e que quando fez 90 anos distribuiu para as pessoas que tinha dedicação”, relembra com carinho a doutora Marluce.
A Cadernetinha com o nome “Alegria” tem um a mensagem do doutor Max que diz:
“Marluce, querida amiga e colega:
Na semana anterior a este 27 de setembro de 2011, data que completei 90 anos, fiz esta cadernetinha, a que dei o nome de “Alegria”.
Quis deixar com parentes e alguns amigos diletos uma lembrança dessa fase da minha vida.
Fiz tudo sem ajuda de ninguém.
Digitei o conteúdo do no computador, tire copia, recortei o papel no tamanho exato das folhas, encadernei e pus a capa.
Prova de que, mesmo em idade avançada, ainda se pode fazer alguma coisa.
Que a cadernetinha promova a alegria que seu nome sugere.”
Cordiamente, Max
Para o professor aposentado da UFRN, José Campos Sobrinho, o doutor Max foi muito importante para a odontologia potiguar, bem como para a área da educação.
“Homens austero, sério, que teve muito destaque nas duas áreas de atuação, a odontologia e a educação, sendo muito respeitado pelos seus pares e também no Conselho de Educação do Estado durantes vários”, diz Campos, lembrando que o doutor Max conviveu com vários reitores, vários governadores, “foi um homem fudamental na educação”.
Segundo o professor, que também foi conselheiro do Conselho Regional de Odontologia do RN, o doutor Max foi um dos fundadores da Academia Norteriogrande de Odontologia e um dos seus diretores.
“Foi uma perda muito grande e só temos a lamentar”, diz Campos, lembrando que o amigo em 2001, lançou seu livro "Idade Provecta, Meus 80 anos", aonde narra várias passagens da vida.
O cirurgião-dentista Gilvaldo Soares também lamentou a morte do colega e comentou que a odontologia e a educação perdem uma pessoa importante, que muito contribuiu com o seu conhecimento para estas duas áreas no Estado.
O presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva, destacou que o cirurgião-dentista Max da Cunha de Azevedo (inscrição RN-CD-110, de 28 de dezembro de 1967) , além de professor do curso de Odontologia da UFRN, também teve um papel importante na educação, ocupando cargos como diretor da Faculdade de Educação, coordenador do curso de Pedagogia, chefe do departamento de Educação e diretor e vice-diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
“A trajetória do professor Max Cunha na UFRN foi exemplar, galgando posições de destaque pela sua capacidade profissional, e sua partida agora é um momento de reflexão, de luto, com a diretoria do CRO-RN externando aos familiares as condolências nesse momento de dor e de saudades”, diz o presidente do Conselho.
Para conhecer mais sobre o Dr. Max, clique neste lik para ler a entrevista concedida ao periódico da UFRN com o título o Magistério Profissional do Educador Max Cunha de Azevedo
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