21 de abril – Dia de Tiradentes – Patrono da Odontologia no Brasil
O CRO-RN parabeniza os 4.288 cirurgiões-dentistas potiguares neste dia 21 de abril, data que se comemora o Dia de Tiradentes, patrono da Odontologia Brasileira.
O dia 21 de abril tornou-se feriado nacional em 9 de dezembro de 1965, pela Lei No. 4.897, na presidência do marechal Castelo Branco, que também instituiu o título de “patrono cívico da Nação Brasileira” a Tiradentes.
A data de 21 de abril remete ao ano de 1792, dia que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi morto e esquartejado em praça pública, no Rio de Janeiro, porém sua prisão aconteceu três anos antes, em Via Rica, hoje Ouro Preto, Minas Gerais, acusado pela Coroa Portuguesa de ser um dos lideres da Inconfidência Mineira.
A Inconfidência Mineira foi a revolta de insatisfação da elite socioeconômica da Capitania de Minas Gerais contra o domínio colonial português, que na verdade nem aconteceu porque foi denunciada antes por Joaquim Silvério dos Reis, um fazendeiro e dono de minas de ouro, que traiu a causa em troca de perdão de dividas com a Coroa Portuguesa.
No posto de militar, Tiradentes obteve algumas posses e transitava entre as principais lideranças políticas e intelectuais da Capitania de Minas, que estavam insatisfeitas com as arbitrariedades da Coroa Portuguesa, principalmente com a cobrança de impostos sobre o ouro extraído em suas minas.
TIRADENTES, QUEM FOI?
Joaquim da Silva Xavier nasceu na Capitania de Minas Gerais, em 12 de novembro de 1746, no período Colonial do Brasil, tendo exercido muitos ofícios, entre os quais o de dentista, daí o apelido Tiradentes, que aprendeu com o seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão.
Mas foi na carreira militar que Tiradentes fez parte da cavalaria de Dragões Reais deMinas, no posto de alferes,uma patente abaixo da de tenente. Os Dragões eram uma companhia militar formada por portugueses e brasileiros, porém submetida à autoridade da Coroa Portuguesa que mandava na Colônia.
Por ser militar, Tiradentes devia obediência à cora e por ter assumido a culpa, a Coroa Portuguesa aplicou a pena mais cruel para ele, depois de permanecer preso por três anos.
O alferes no dia 21 de abril de 1792 foi enforcado, decapitado e esquartejado para que os súditos da Coroa nunca se esquecessem da lição. A cabeça de Tiradentes foi encravada num estaca e exposta em praça pública em Vila Rica, com seus membros espalhados pela estrada que levava ao Rio de Janeiro.
Diante do que sofreu por lutar contra Coroa Portuguesa, a imagem de Tiradentes passou a ser usada como símbolo de luta pela liberdade no Brasil, tanto na fase imperial quanto na fase republicana, como relata o historiador Boris Fausto, no seu livro História do Brasil.
TIRADENTES E A ODONTOLOGIA
Como dentista, Joaquim da Silva Xavier é descrito como um profissional que “tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais”.
Com habilidade rara para a época, cujas técnicas odontológicas eram rudimentares, Tiradentes teria exercido o oficio com eficiência e se tornado referência em Vila Rica. Entre os objetos encontrados em sua casa, os relatos dos livros de história mencionam cinco pratos de pó de pedra branco, dois frascos de vidros grandes, duas garrafas finas pequenas, uma peneira de seda e instrumental de dentista.
Fazem parte da reserva técnica do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, alguns instrumentais, como dois fórceps, duas chaves de extração e uma espátula.
Segundo historiadores, o primeiro documento do reino a citar a palavra dentista foi o Plano de Exames da Real Junta do Protomedicato, de 23 de maio de 1800, assinado pelo príncipe regente D. João, que exigia que o candidato à profissão de dentista passasse por um exame para avaliação de conhecimento parcial de anatomia, métodos operatórios e terapêuticos.
Em 1808, com chegada da família real para o Brasil, tem inicio um período de desenvolvimento na colônia, com destaque para as áreas educacional e cultural.
Naquele ano, em 18 de fevereiro, é criada a Escola de Cirurgião, no Hospital São José, na Bahia, e em 5 de novembro, a Escola Anatômica Cirúrgica e Médica do Hospital Militar e da Marinha, que em 1832 seria transformada em Faculdade de Medicina.
Já em janeiro de 1809 muda novamente o sistema de concessão de licenças de trabalho, com Dom João abolindo a Real Junta de Protomedicato e suas atribuições passam para o físico- mor e para o cirurgião-mor, que haviam sido nomeados pelo príncipe regente em fevereiro do ano anterior.
Texto e pesquisa - Paulo Francisco, ASCOM CRO-RN
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA
Neste 21 de abril, Dia de Tiradentes, o Sistema Conselhos de Odontologia prestigia os 337.641 mil Cirurgiões-Dentistas em todo o país, em referência ao Patrono da Odontologia brasileira, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792).
A data é marcada como feriado nacional desde 1965, em homenagem à trajetória histórica do Cirurgião-Dentista na sociedade.
Na juventude, Joaquim José da Silva Xavier se dedicou ao exercício da profissão de Cirurgião-Dentista, o que lhe gerou o apelido de Tiradentes. Por volta do ano de 1790, esculpia, possivelmente em marfim ou osso de canela de boi, coroas artificiais para substituir os dentes ausentes, atividade em que se destacou na época.
A Odontologia, como estudo científico, não existia e as atividades de Cirurgiões-Dentistas eram realizadas por barbeiros.
Inspirado no legado de Tiradentes, o qual lutava pela pátria livre e por melhores condições de vida, os Conselhos Federal e Regionais de Odontologia reforçam o compromisso assumido pela valorização da Odontologia e proteção da sociedade, principalmente, neste período de enfrentamento contra o novo Coronavírus (COVID-19).
O Sistema Conselhos está mobilizado em diversas frentes de trabalho para minimizar os impactos gerados pela crise do vírus aos profissionais da odontologia.
Por Camila Melo, Ascom CFO