"Parabéns a todos os trabalhadores potiguares, em especial aos colegas da Odontologia, como cirurgiões-dentistas e auxiliares, como ASBs, TSBs, APDS e TPDs, neste Dia do Trabalho, uma data para ser comemorada e também valorizada como de luta pelos nossos direitos", afirma o presidente do CRO-RN, Gláucio de Morais e Silva.

"A Diretoria do CRO-RN, gestão 2018/2019, saúda e parabeniza todos os profissionais da odontologia potiguar neste dia 1 de maio, dia Internacional do Trabalho.

Neste dia que se comemora o Dia do Trabalhador, o Dia do Trabalho, o presidente do Conselho defende um momento de reflexão da categoria.

"Todos dizem e repetem que o trabalho dignifica o homem, a mulher, enfim, todos os gêneros. E os salários que os trabalhadores recebem pelo seu trabalho, independente de atividade, porque cada uma tem a sua importância, estão lhe assegurando dignidade?", questiona.

Como parte das comemorações do Dia do Trabalho, o sindicato dos Odontologistas do Rio Grande do Norte (SOERN) realizou na tarde de terça-feira, 30, duas palestras sobre a Reforma da Previdência Social, no auditório da Academia Norte-rio-grandense de Odontologia.

A primeira palestra foi com o auditor Fiscal Arnaldo Fiuza e a segunda ficou a cargo do diretor-presidente do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Norte (IPERN), Nereu Linhares, que falaram de pontos essenciais da reforma da Previdência proposta pelo atual governo do presidente Jair Bolsonaro.

Os dois palestrantes criticaram a proposta do governo e os idealizadores desta reforma, o ex-deputado e atual secretário Especial da Previdência, Rogério Marinho, afirmando que o texto tem como objetivo agradar o sistema financeiro em detrimento da seguridade do trabalhador brasileiro.

Depois das palestras, Fiuza e Linhares responderam algumas perguntas dos dentistas que compareceram ao evento do SOERN.

Para o presidente do sindicato, Ivan Tavares, o momento é de mobilização do trabalhador brasileiro para evitar que o Congresso Nacional aprove esta proposta do governo, que só significa retrocesso nos direitos já conquistados pelo povo.

“Minha mensagem aos colegas cirurgiões-dentistas é para aqueles que lutam por toda a vida, que a todos que vão às ruas cansados, a todos que se insurgem contra o poder das tiranias, a todos que dignificam este dia com o suor do seu trabalho, a todos que fazem jus a este feriado por se reconhecerem como trabalhador, 1º. de maio”, afirmou Tavares.

MENSAGEM DA CNBB

Na mensagem ao dia 1º. de Maio, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, inicia com esta frase: “Do trabalho de tuas mãos comerás, será feliz, tudo irá bem” (SL 128,2).

A mensagem ainda diz: “O trabalho digno, para além de cumprir a necessária tarefa de prover as necessidades materiais, constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra” (Laborem Exercens, 4) e de sua participação na obra do Criador”.

O texto da CNBB ainda destaca que “urge assegurar o direito ao trabalho e reafirmar a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras, de modo a garantir seu justo sustento e de suas famílias, combatendo o desemprego, o trabalho escravo, a precarização das relações de trabalho e a perda de direitos trabalhistas, dentre outros problemas que têm causado tanto sofrimento ao povo brasileiro”.

Assinado por três membros da diretoria da CNBB, o presidente Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília, o vice-presidente Dom Murilo S.R. Krieger, Arcebispo de São Salvador, e o secretári-Geral, Dom Leonardo U. Steiner,

bispo Auxiliar de Brasília, a mensagem ainda ressalta que “é indispensável a atuação dos Poderes Públicos, bem como a participação da sociedade civil: empresários, sindicatos, igrejas, trabalhadores e trabalhadoras”.

O texto ainda diz que neste esforço, citando o Papa Francisco, “é preciso reconhecer um grande mérito àqueles empresários que, apesar de tudo, não deixaram de se comprometer, de investir e arriscar para garantir o emprego”, numa referência a uma mensagem dele de 22 de setembro de 2013.

A CNBB na sua mensagem diz que “devemos reconhecer o valor dos sindicatos, expressão do perfil profético da sociedade”, numa nova citação do Papa Francisco em 28 de junho de 2017, e reafirma “o princípio orientador da Doutrina Social da Igreja sobre a primazia do trabalho e do bem comum sobre o lucro e o capital”.

A Mensagem da CNBB também faz críticas à busca maior pelo lucro em detrimento da dignidade e dos direitos dos trabalhadores, sejam homens ou mulheres:

“Nos nossos dias, difunde-se o paradigma da utilidade econômica como princípio das relações sociais e, por isso, de trabalho, almejando a maior quantidade possível de lucro, imediatamente e a todo o custo, em detrimento da dignidade e dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”.

A maior entidade católica brasileira também está preocupada com o grave problema do desemprego no país e faz críticas a flexibilização dos direitos trabalhistas.

“Manifestamos, de modo especial, a nossa preocupação com o grave problema do desemprego. A flexibilização de direitos dos trabalhadores, institucionalizada pela lei 13.467 de 2017, como solução para superar  a crise, mostrou-se ineficiente”, diz o texto da CNBB.

“ Além de suscitar questionamentos éticos, o desemprego aumentou e já são mais de treze milhões de desempregados. O Estado não pode abrir mão do seu papel de mediador das relações trabalhistas, numa sociedade democrática”, afirma a mensagem da igreja católica.

Os bispos que assinam a mensagem também chamam a atenção para a participação dos trabalhadores e dos sindicatos na discussão da Previdência Social.

Segundo eles, “é fundamental para a preservação da dignidade dos trabalhadores e de sua justa e digna aposentadoria, especialmente dos que se encontram mais fragilizados na sociedade”.

A Igreja Católica diz que “reconhecer a necessidade de avaliar o sistema não permite desistir da lógica da solidariedade e da proteção social através da capitalização, como propõe a PEC 06/2019”. E destaca que “também não é ético desconstitucionalizar regras da Previdência, inseridas na Constituição de 1988”.

O fim da mensagem volta a citar o Papa Francisco e sua preocupação com os jovens. “Segundo o Papa Francisco, o desemprego juvenil é a ‘primeira e mais grave’ forma de exclusão e de marginalização dos jovens (Christus Vivit, 270). A impossibilidade de trabalho gera a perda do sentido da vida e, consequentemente, leva à pobreza e à marginalização”.

O texto da CNBB em sua mensagem do Dia do Trabalho afirma ainda que “incentivamos os trabalhadores e trabalhadoras e as suas organizações a colaborarem ativamente na construção de uma economia justa e de uma sociedade democrática”.

E a igreja finaliza a mensagem assim:

“Trabalhadores e trabalhadoras, sobre cada um de vocês e de suas famílias, suplicamos as bênçãos de Deus, pela intercessão de São José Operário e Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.”

MENSAGEM DO PRESIDENTE DO SOERN 

Minha mensagem aos cirurgiões-dentistas

A todos que lutam por toda a vida, primeiro de maio;

A todos que vão às ruas cansados, primeiro de maio;

A todos que se insurgem contra o poder das tiranias, primeiro de maio;

A todos que dignificam este dia com o suor do seu trabalho, primeiro de maio;

A todos que fazem jus a este feriado por se reconhecerem como trabalhador, primeiro de maio.

Ivan Tavares, presidente do SOERN