Fiscalização do CRO-RN interdita consultório dentário em Acari e mantém outro interditado
A Fiscalização CRO-RN visitou nos dias 23 e 24 de abril os municípios de Acari e Carnaúba dos Dantas. Em Acari interditou um consultório da Unidade Básica de Saúde Maria de Lourdes Bezerra por falta de condições para atendimento e manteve interditado um consultório da Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância de Acari, que foi fechado em junho de 2018.
A equipe de Fiscalização formada pelas cirurgiãs-dentistas Petula Maria de Souza e Cyntya Teixeira Marques visitou duas unidades básicas de saúde e uma entidade filantrópica em Acari no dia 23 e no dia 24 visitou mais quatros UBSs em Carnaúbas dos Dantas.
Em Acari foram visitadas as unidades básicas Maria de Lourdes Bezerra, PSF II, localizada na rua Aurélio Pires, no bairro Luiz Gonzaga, e o Centro de Saúde Dr. Odilon Guedes da Silva, na Rua Luis Freire da Costa, centro, além da entidade filantrópica Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância (APAMI), situada no centro da cidade.
Já em Carnaúba dos Dantas foram fiscalizadas as UBSs Amaro Florêncio Dantas, Centro de Saúde Dr. Odilon Guedes da Silva, Parteira Elita Dantas e o posto de saúde Antônio Adônis dos Santos.
INTERDIÇÃO EM ACARI
Segundo a Fiscal Cyntya Teixeira Marques, a UBS Maria de Lourdes Bezerra, que já tinha sido fiscalizada em 13 de junho de 2018, não atendeu a maioria das recomendações feitas anteriormente.
“A única mudança foi a aquisição de saco para lixo hospitalar e a na sala do expurgo não são mais feitos os curativos, mas no entanto, os demais problemas continuam, inclusive agravados, já que atualmente o teto possui uma abertura e rachaduras; a autoclave está quebrada comprometendo a esterilização; existência de cupim nas paredes; armário com vidro quebrado; ultrassom quebrado; o compressor está em local sem cobertura; alguns insumos vencidos foram encontrados,” escreveu a fiscal no seu relatório de visita.
A fiscal destaca que “de uma maneira geral toda a unidade está comprometida com muita infiltração pelas paredes e focos de insalubridade que estão presentes em todos os ambientes, principalmente onde existe a aglomeração dos pacientes que esperam atendimentos”.
Segundo Cyntya, os próprios funcionários da unidade circulam protegidos por máscaras.
No consultório interditado a fiscal cita a ausência de suporte para a caixa de lixo perfuro cortantes, bem como a existência de apenas uma lixeira com tampa e pedal, quando o recomendado são duas lixeiras, bem como o próprio tamanho da sala, que não obedece a recomendação da legislação da Anvisa, dificultando a circulação da equipe de saúde bucal e dos pacientes, além de sua organização.
De acordo com a RDC/Anvisa 50/2002, um consultório dentário individual deverá ter uma área de 9,20 metros quadrados.
“Diante da negligência da gestão com o serviço odontológico, já que nada foi feito em relação ao que foi anteriormente pedido, e também devido à situação de insalubridade encontrada no consultório e na unidade em geral, torna-se claro que não há condições salubres e dignas para o trabalho e atendimento da população. Desta forma, o consultório foi interditado eticamente”, escreveu em seu relatório as fiscais Cyntya e Petula.
Em Acari, ainda, a fiscalização manteve a interdição do consultório dentário da Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância, que foi fechado em junho do ano passado. A administradora da entidade informou à Fiscalização do CRO-RN que não há interesse da gestão em voltar o atendimento odontológico na instituição.
CARNAÚBA DOS DANTAS
Na visita a UBS Amaro Florêncio Dantas as fiscais observaram a inexistência de pia para lavar as mãos da equipe de Saúde Bucal, focos de insalubridade no teto, com odor de mofo, além de reclamação dos profissionais que quando chove escorre água pela janela.
Também foi constatado mocho danificado, uma das lixeiras sem tapa e sem peda; ausência de saco para lixo hospitalar.
Foi concedido um prazo de 30 dias para a solução dos problemas.
Já no Centro de Saúde Dr. Odilon Guedes da Silva as fiscais não encontraram saco para lixo hospitalar, apenas um cesto de lixo com tampa e pedal, o outro aberto; instrumentais esterilizados juntos e papel sendo reutilizado no processo; as brocas são esterilizadas nos broqueiros; insumos vencidos e a caixa de lixo perfuro cortantes fica no expurgo, sem o suporte.
Também foi concedido um prazo de 30 dias para a gestão atender as recomendações do CRO-RN.
Na terceira UBS visitada, a Parteira Elita Dantas, a fiscalização do Conselho constatou ausência de saco de lixo hospitalar, parede com pintura descascando e com infiltração, insumos vencidos, pacotes de instrumental esterilizados sem datas, outros esterilizados de forma conjunta, enquanto outros abertos. A seladora está com defeito.
O aparelho de raio X não está sendo usado por problemas na energia e as fiscais sugeriam a remoção para outro local.
Na sala de expurgo foi encontrado um colchão guardado e foi sugerido também a remoção para outro setor.
As fiscais também concederam um prazo de 30 dias para a gestão sanar os problemas.
A quarta e ultima visita foi ao posto de saúde Antônio Adônis dos Santos, onde foi observado no consultório dentário a falta de mocho para o dentista atender, sendo utilizada uma cadeira com rodinhas. Havia apenas um lixeiro no consultório e sem saco para lixo hospitalar, além do teto apresentar rachaduras e ausência de suporte para a caixa de lixo perfuro cortantes.
O mesmo prazo de 30 dias foi concedido à gestão para a solução dos problemas encontrados no consultório.
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