Notícias

  1. CRO RN
  2. Notícias

FIO envia oficio ao ministério da Economia pedindo ajuda aos dentistas devido ao coronavírus

FIO envia oficio ao ministério da Economia pedindo ajuda aos dentistas devido ao coronavírus

O presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO). José Carrijo Brom, enviou ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, solicitando a implementação de uma série de medidas para ajudar os cirurgiões-dentistas de todo o país para enfrentar este período de incertezas da pandemia do coronavírus no país.

Segundo a FIO, dos cerca de 330 mil cirurgiões-dentistas existente no Brasil, 88% desses profissionais desenvolvem suas atividades em consultórios particulares, de maneira liberal e autônoma e, em razão da pandemia do COVID-19, tiveram que suspendê-las abruptamente, devido aos riscos ocupacionais inerentes ao seu processo de trabalho e dos altíssimos riscos de contaminação do profissional, da equipe de apoio e dos pacientes. 

Entre os os pedidos da FIO, a entidade solicita a liberação imediata de um auxílio previdenciário que possa permitir a sobrevivência os profissionais e de sua equipe de apoio, de suas famílias e de seus negócios, durante pelo menos os próximos 90 dias ou o período que durar a paralisação obrigatória.

A FIO também pede a criação imediata de linhas de créditos junto aos bancos oficiais, com juros subsidiados e carência de pelo menos um ano para começar a pagar, a serem oferecidas aos profissionais cirurgiões dentistas, como forma de impedir o fechamento de seus consultórios e clínicas.

A federação solicita ainda a suspensão imediata do recolhimento das contribuições do INSS e do FGTS, tanto a patronal como da parte do empregado, bem como da anuidade do conselho profissional de 2020, durante o período da emergência sanitária.

Leia a íntegra do oficio da FIO abaixo:

 

OFÍCIO FIO No 021/2020

Brasília/DF, 27 de março de 2020.

Ao Exmo. Sr.
PAULO ROBERTO NUNES GUEDES
Ministro de Estado da Economia do Brasil

A Federação Interestadual dos Odontologistas – FIO e seus sindicatos filiados, neste ato representado por seu Presidente, Dr. José Carrijo Brom, entidade
sindical de segundo grau, representante dos Cirurgiões Dentistas em nível nacional,dirige-se à Vossa Excelência para fazer algumas considerações e alguns pedidos:

DAS CONSIDERAÇÕES:

Considerando que no País hoje existem aproximadamente 330 mil cirurgiões-dentistas e desse contingente de profissionais de saúde, 88% desenvolvem suas
atividades em consultórios particulares, de maneira liberal e autônoma e, em razão da pandemia do COVID-19, tiveram que suspendê-las abruptamente, devido aos riscos
ocupacionais inerentes ao seu processo de trabalho e dos altíssimos riscos de contaminação do profissional, da equipe de apoio e dos pacientes;

Considerando a urgente necessidade da redução de circulação do COVID-19, com a imediata diminuição da concentração de pessoas em um mesmo ambiente, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS referentes a pandemias, inclusive as específicas ao COVID-19 e, também considerando que a quase totalidade dos procedimentos odontológicos realizados pelos cirurgiões dentistas nos consultórios e clínicas, tem o caráter eletivo e por isso, podem ser a maioria deles, adiados e este
adiamento não trará, a princípio, maiores prejuízos à saúde geral da população, nesse momento de pandemia do COVID 19, ao contrário, trarão benefícios de ordem coletiva
para a sociedade brasileira;

Considerando que a assistência odontológica implica em altíssimo risco de contágio e disseminação de microrganismos patogênicos, dentre eles também o COVID-19, por envolver em boa parte de seus procedimentos, o uso de equipamentos rotatórios que
espalham fluidos e secreções bucais, sendo essa atividade no setor de saúde uma das mais suscetíveis à contaminação dos profissionais, equipe auxiliar e pacientes por
agentes patogênicos, devido à proximidade do profissional com a região orofacial do paciente (em torno de um palmo de distância), e que dados científicos apontam, que
qualquer pessoa que tenha contato próximo, ou seja, menor que um metro de alguém com sintomas respiratórios, terá seu risco exponencialmente aumentado;

Considerando que além do cirurgião dentista, os demais presentes no ambiente, equipe de apoio e pacientes, inalam o ar contaminado gerado pelo uso de instrumentos
rotatórios em alta e baixa rotação, durante a maioria dos procedimentos e que uma parte desses três grupos podem estar saudáveis ou contaminados, mas assintomáticos
ou sintomáticos;

Considerando que esse atual período de emergência sanitária no País está trazendo transtornos, incertezas e sérios prejuízos financeiros e a saúde dos profissionais
cirurgiões dentistas e sua equipe de apoio, bem como de suas famílias, por terem suas atividades interrompidas abruptamente, à exceção das questões de urgência e
emergência, que leva os profissionais a serem expostos, ainda mais, a altíssimos riscos de contaminação;

Considerando que os cirurgiões dentistas e a odontologia brasileira são reconhecidamente considerados uma das melhores do mundo e, que podemos estar
caminhando para um colapso com consequências desastrosas e imprevisíveis, para toda essa importante estrutura construída com muito suor e trabalho durante décadas e,que esses profissionais, predominantemente, autônomos e liberais, atualmente são responsáveis pela realização da maioria dos atendimentos odontológicos no país e que problemas odontológicos evitáveis, estão entre as 5 maiores causas de falta ao trabalho no país, afetando de maneira significativa a produtividade e a economia, bem como a saúde do povo brasileiro e o SUS atualmente não possui estrutura suficiente para prover o devido e necessário atendimento odontológico à população;

Considerando que dados econômicos demonstram que o setor odontológico no país movimenta mais de 3 bilhões de reais por ano e os cirurgiões dentistas empregam diretamente mais de um milhão de trabalhadores, dentre eles: recepcionistas, auxiliares
de saúde bucal, técnico de saúde bucal e etc. e que empregam indiretamente, milhões de trabalhadores, seja no comércio, na indústria e outros diversos setores importantes
da economia;

Considerando que esses profissionais são contribuintes do INSS, recolhem Imposto de Renda, FGTS e a anuidade do seu Conselho Profissional, que é um Tributo Federal
obrigatório para uma Autarquia Federal, bem como são um importante grupo de consumidores que utilizam bens e serviços, fundamentais para o funcionamento da
economia brasileira;

Considerando que não temos um prognóstico seguro e claro e, nem uma previsão de quanto tempo possa durar as ações e os efeitos para conter o avanço do COVID-19 na
sociedade e a proteção econômica é um dever do Estado, que deve garantir, tanto a subsistência dos brasileiros, como a preservação de um nível básico de consumo,
protegendo a vida e a economia, inclusive os pequenos estabelecimentos comerciais,pois os consultórios odontológicos, possuem em média, na sua grande maioria, 2 ou 3 cirurgiões dentistas e uma equipe auxiliar que varia de 2 a 3 auxiliares e pessoal de apoio.

DOS PEDIDOS:

A liberação imediata de um auxílio previdenciário que possa permitir a sobrevivência desses profissionais e de sua equipe de apoio, de suas famílias e de seus
negócios, durante pelo menos os próximos 90 dias ou o período que durar a paralisação obrigatória e o retorno das atividades, podendo ser levado em consideração, os valores
que cada profissional contribui para a Previdência Social.

A criação imediata de linhas de créditos junto aos bancos oficiais, com juros subsidiados e carência de pelo menos um ano para começar a pagar, a serem oferecidas aos profissionais cirurgiões dentistas, como forma de impedir o fechamento de seus consultórios e clínicas, possibilitando assim, a disponibilização de capital de giro para a retomada de suas atividades, minimizando os impactos financeiros na cadeia dos serviços odontológicos e de suporte, no comércio e na indústria, para também garantir a manutenção dos milhões de empregos diretos e indiretos durante o período de emergência sanitária;

A suspensão imediata do recolhimento das contribuições do INSS e do FGTS,tanto patronal como da parte do empregado, bem como da anuidade do conselho
profissional de 2020, durante o período da emergência sanitária;

Que na declaração do imposto de renda, ano base 2020, dos profissionais cirurgiões dentistas seja levada em consideração a restrição de ganhos financeiros
devido a pandemia da COVID 19 e, portanto, seja aplicada a menor alíquota sobre os seus rendimentos e que o recolhimento do imposto devido em 2020, possa ser adiado
para 2021. Com relação ainda a Declaração de Imposto de Renda, Ano Calendário 2019, que seja realizada a antecipação das restituições que os profissionais possam ter
direito.

O não corte dos salários e/ou vencimentos dos profissionais da odontologia ,servidores públicos, que atualmente já estão sobrecarregados por causa da pouca presença de profissionais da odontologia no SUS e o perfil de baixa renda da grande parte da população brasileira, que sobrecarrega os serviços públicos, considerando ainda, que com a paralisação dos serviços privados e, a difícil e imprevisível retomada desses serviços, os profissionais da odontologia no SUS, terão, por tempo indeterminado, uma sobrecarga ainda maior de trabalho.

Esperamos, com toda essa breve exposição de considerações e pedidos, estar contribuindo com a manutenção de milhões de empregos diretos e indiretos, com a manutenção do funcionamento de milhares estabelecimentos de prestação de serviços
odontológicos e com a manutenção dos importantes avanços de um setor importante e promissor da economia brasileira.
Desde já agradecemos a atenção dispensada e ficaremos aguardando a análise das relevantes considerações e solicitações.
Atenciosamente,

José Carrijo Brom
Presidente da FIO

Outras Notícias